Artigo da Desembargadora aposentada do TJ/RS e vice-presidente Nacional do IBDFAM,
Maria Berenice Dias
Tema: Dia 8 de março - Dia Internacional da Mulher
Todos sabem, mas não custa lembrar.
No dia 8 de março de 1857, em Nova Iorque, 128 mulheres foram imoladas em seu local de trabalho.
Uma tinturaria, no momento em que tingiam um tecido azul que, misturado com o sangue delas, tornou-se a cor do feminismo.
As operárias reivindicavam redução da jornada de trabalho de 16 para 10 horas diárias e equiparação salarial, pois recebiam um terço do que ganhavam os homens no desempenho das mesmas tarefas.
Por clamarem por direitos, foram caladas a fogo.
Levou 65 anos para a ONU, em 1910, reconhecer esta data como o Dia Internacional da Mulher.
Mas somente no ano de 1975, durante a I Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada em Pequim, foi emitido decreto oficializando a data.
Como se vê, tudo o que diz respeito ao respeito aos direitos das mulheres, leva tempo, é demorado e é negligenciado.
Ainda assim, a cada ano, é necessário lembrar esta data, que não é um dia de comemoração. É um dia de conscientização.
E importante sempre lembrar que aquele foi o grito inicial de uma luta que ainda não tem data para acabar.
Um grito que precisa ecoar até os dias de hoje.
Foi o exemplo daquelas mulheres e de tantas outras que as sucederam que devem servir de inspiração.
Afinal, nós não vamos esmorecer enquanto não tivermos nossa dignidade respeitada e a igualdade assegurada.
Chega de achar que, quando se fala em mulher, amor combina com dor.
É hora de cantarmos com a Simone a música Uma nova mulher:
Que venha essa nova
mulher de dentro de mim
Com olhos felinos,
felizes e mãos de cetim
E venha sem medo das sombras
E lute com todas as forças
Conquiste o direito de ser
Uma nova mulher
Livre, livre, livre para o
amor
Quero ser assim, quero ser assim
Senhora das minhas vontades e dona de mim.
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