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terça-feira, 26 de agosto de 2025
Núcleo de Debates entre Direito e Literatura promove encontro sobre Admirável Mundo Novo
A Dra. Sulamita Santos Cabral saudou todos os componentes da mesa e os presentes, destacando que cada evento que comparece na Faculdade de Direito da UFRGS lhe provoca grande emoção. Ela agradeceu a “importante parceria” da Faculdade com o IARGS e reconheceu a contribuição de cada participante para o sucesso do encontro.
Debatedores
O advogado Roberto Saraiva destacou que a crítica à ciência e à inovação, presente em Admirável Mundo Novo, deve ser entendida com cautela. Para ele, a tecnologia é parte da natureza humana e essencial ao progresso civilizacional, desde que utilizada de forma ética e em prol do bem-estar social. Também chamou atenção para a “adultização” das crianças retratada na obra, reforçando a importância de respeitar as fases do desenvolvimento infantil. Por fim, analisou o ritual coletivo descrito no livro como uma metáfora da utilização da religião e de sistemas de valores pelas elites como instrumento de controle social. Ele ressaltou, no entanto, que essa crítica não deve ser entendida como sugestão de supressão da espiritualidade, já que a religião, assim como a arte e a literatura, constitui parte intrínseca da expressão e da experiência humana.
Em sua fala, o Dr. César Vergara de Almeida Martins Costa
destacou que a obra em debate descreve uma sociedade rigidamente
controlada, na qual seres humanos são produzidos em laboratório e condicionados
desde o nascimento para ocupar funções pré-determinadas, “em uma rígida divisão
de classes”.
De acordo com sua explanação, o lema “Comunidade,
Identidade, Estabilidade” resume a supressão da individualidade em nome da
ordem coletiva.: “O personagem do Selvagem simboliza a recusa a esse mundo
artificial, rejeitando o uso da droga soma e o consumismo, defendendo a
autenticidade da experiência humana”, acentuou, ressaltando a fala é
emblemática: “Eu não quero conforto. Quero Deus, quero poesia, quero o perigo
real, quero liberdade, quero bondade. Quero o pecado.”
Após estabelecer conexões da obra de Huxley com várias
correntes da filosofia moderna e contemporânea, abordando o pensamento de
Walter Benjamin, Michel Foucault, Guy Debord, Bauman, Byung-Chul Han e
Varoufakis - e traçando um paralelo com
a obra Rinoceronte, de Eugène Ionesco, Dr. César afirmou que “Huxley,
Han, Bauman, Benjamin, Foucault, Varoufakis e Ionesco, cada um a seu modo,
convergem para uma reflexão comum: as forças modernas - sejam o consumismo, a
autoexploração, a fluidez dos vínculos, a perda da narrativa ou a vigilância -
ameaçam reduzir nossa humanidade”.
Para concluir, Dr. César ressaltou: “Diante disso, resta-nos a escolha: sucumbir, como o Selvagem, ou resistir, como Bérenger. O desafio contemporâneo é usar a tecnologia, inclusive a inteligência artificial, não como instrumento de alienação, mas como meio de emancipação e preservação da experiência autêntica.”
sexta-feira, 22 de agosto de 2025
Convite para o XI Congresso Gaúcho de Direito de Família e Sucessões do IBDFAM
Dra. Sulamita Santos Cabral recebe convite para abertura do X Congresso Revisitando o Direito Público
quinta-feira, 21 de agosto de 2025
Debate sobre "Admirável Mundo Novo" abre nova edição do Núcleo de Debates entre Direito e Literatura
terça-feira, 19 de agosto de 2025
Congresso Internacional sobre Regulação da Proteção de Dados, Inteligência Artificial e Cibersegurança
Nos dias 18 e 19 de agosto, o vice-presidente do IARGS e Diretor do Departamento de Inteligência Artificial e Direito do Instituto, Dr. César Vergara de Almeida Martins Costa, participou de forma virtual do Congresso Internacional sobre Regulação da Proteção de Dados, Inteligência Artificial e Cibersegurança, realizado em Brasília, e organizado pelo Instituto de Estudos Jurídicos e Diálogo Constitucional – IDECON.