No Grupo de Estudos de Direito de Família e Sucessões do dia 19/09, o convidado foi o psiquiatra e psicanalista Marco Aurélio Crespo Albuquerque, que abordou o tema do livro de sua autoria recém-lançado: “Psicoterapia para médicos de família: A arte de conversar com o paciente”. Ele foi recepcionado pela presidente do IARGS, Sulamita Santos Cabral, e pela coordenadora do Grupo, Liane Bestetti e Ana Lúcia Piccoli. Prestigiou também o encontro o Desembargador Marco Aurélio Moreira de Oliveira, membro do Conselho Superior.
Por meio de uma conversa descontraída relatando alguns casos de pacientes, o convidado enfatizou que a obra é o única sobre o tema no mundo e, graças a esse ineditismo, recebeu o apoio da Associação Gaúcha de Medicina de Família e Comunidade, e da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, que se juntaram ao projeto.
Segundo o autor, o livro é fruto de sua experiência no trabalho com médicos de família e seu intuito é deixar um legado que possa contribuir à educação médica, atual e futura. O livro é o resultado de 37 anos experiência do especialista como docente na residência de Medicina de Família e Comunidade do Hospital Conceição, além da residência de Psiquiatria e outras tantas atividades ligadas à educação médica e à troca e transmissão de conhecimentos.
O conteúdo dos capítulos reflete as teorias utilizadas e sua aplicação prática, tanto no ensino quanto no atendimento, e busca responder a uma questão que os estudantes e residentes com frequência trazem ao autor: “Escutar o paciente a gente escuta, mas depois a gente não sabe o que dizer”. Diante deste questionamento, o Dr Marco Aurélio disse que costuma responder que é neste momento que entra a necessidade de mais e melhores ferramentas teóricas e técnicas, “algo que eu procuro ensinar no dia a dia e que está descrito nessas páginas”.
As duas primeiras partes do livro são mais conceituais, embora repletas de histórias clínicas do dia a dia. Nelas são abordadas questões como a integração dos cuidados de saúde mental na atenção primária à saúde, a importância de conhecer a estrutura psíquica do paciente, a comunicação com ele, a psicoterapia médica propriamente dita, com suas estratégias e táticas, para favorecer a conexão com os pacientes, além da compreensão mais profunda de suas necessidades de saúde.
Na terceira parte, mais prática e dirigida a determinados grupos de pessoas com problemas de saúde mental, o autor propõe uma conversa, a partir de uma abordagem compreensiva e psicodinâmica, com pessoas ansiosas, deprimidas, com dependentes químicos, com pacientes que se apaixonam pelo médico ou que são agressivos na consulta, com pacientes que apresentam múltiplas queixas sem achados físicos concomitantes, pacientes psicóticos etc.
A quarta parte aborda a questão das competências necessárias em saúde mental para os médicos de família e o relato de uma experiência de trabalho em grupo (com a metodologia de Grupo Balint) com residentes da especialidade.
De acordo com o psiquiatra, apesar de o título do livro sugerir um público-alvo muito específico, os médicos de família, ele pode ser útil para psicólogos e médicos de outras especialidades clínicas, como psiquiatria, por exemplo, médicos residentes e estudantes de graduação da medicina, psicologia, enfermagem, serviço social e todos aqueles que se interessarem por uma compreensão mais aprofundada do ser humano, do sofrimento psíquico e de como poder aliviá-lo.
“Não é um manual, um livro com ‘fórmulas’ ou ‘guidelines’, mas um convite ao pensamento crítico e criativo, porque o atendimento a pacientes é sempre um momento único e imprevisível. Tenho a esperança que possa ser inspirador e útil para o melhor cuidado dos pacientes em todos os níveis de cuidados, especialmente nas unidades básicas de saúde e na atenção primária à saúde, que são questões de saúde coletiva importantes”, concluiu.
A obra está à venda nas plataformas digitais (Amazon e no site da Editora Blucher).
Terezinha Tarcitano
Assessora de Imprensa
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