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terça-feira, 5 de maio de 2015

Palestra "Relações Conjugais"

No Grupo de Estudos de Direito de Família realizado hoje, dia 05/05, foi abordado no IARGS, o tema “Relações Conjugais” pelo psiquiatra e psicanalista Marco Aurélio Albuquerque. Ele referiu-se ao vínculo matrimonial, suas características distintivas e os diferentes tipos de conexões, conscientes ou não, que podem unir ou separar um casal. De acordo com o especialista, é a partir do tipo de vínculo que se estabelece o caminho mais saudável ou problemático para unir um casal. Segundo ele, os traumas ocorridos anteriormente, na infância ou adolescência, podem influenciar negativamente em uma relação afetiva.

Dentre as razões conscientes para a formação de casais, o Dr Marco Aurélio salientou que um casal se atrai por aquilo de comum que tem entre si. “De acordo com as semelhanças são feitas as escolhas”, afirmou. Conforme explicou, o casamento ideal acontece quando os dois membros são mais tolerantes com os aspectos inconscientes do parceiro a fim de superar uma desilusão momentânea. O problemático, disse, é aquele em que ambos ou um deles carregam muitos fatos reprimidos do passado e se recusam a ver ou a admitir que há coisas erradas que influi diretamente na relação atual. Informou que há muitos casos em que um dos parceiros não admite ser criticado ou que seja feita qualquer referência aos seus pontos fracos. “Neste caso, a vulnerabilidade e o ressentimento infantil são frequentes”, salientou, acrescentando que o vitimado costuma acusar de errado sempre o outro não observando seus próprios erros. Para exemplificar, citou pessoas que não admitem que seus parceiros sejam o centro das atenções ou mesmo possam se expandir em algum ambiente social.

Em relação à estrutura familiar, citou elementos que julga ser definitivos ao casal: cotidianidade, ou seja, intercâmbios diários em um espaço e tempo definitivos; projeto vital compartilhado com planos para o futuro, incluindo um modelo paradigmático para a criação dos filhos; relações sexuais, como aspecto definidor de uma relação, especialmente quando inexiste; e a tendência monogâmica como marca simbólica de preferência.

Os tipos de vínculos citados pelo psiquiatra foram os seguintes: sangue (transmissão pelo biológico) entre pais e filhos; adesivo ou buscador de aderência (sensação de se sentir incapaz de construir outro vínculo afetivo se o atual se romper); posse (ciúmes possessivos e desconfiança permanente e contínua); controle (econômico, sexual e prazer dado e recebido); e amoroso (interesse pelo outro e reciprocidade levando em consideração a ternura e o carinho com a apreciação das diferenças).

Referente às separações dos casais, o especialista lembra que cada integrante nem sempre sabe de que ou de quem querem se separar. Referiu, também, que a separação pode se dar por completo ou virar um processo interminável de sofrimento. Além disso, citou que quando existem filhos em uma estrutura familiar, a separação não acontece por completo. Neste caso, salientou que quem fica com os filhos conserva a relação de espaço-tempo da estrutura do vínculo. E por último, destacou que o casal parental jamais se dissolve (pai e mãe). Contudo, enfatizou o mal emocional e psicológico provocado pela alienação parental pelos pais aos seus filhos quando ocorrem mágoas ou rivalidades entre eles.

Terezinha Tarcitano
Assessora de Imprensa


                                      









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