Para comemorar o Outubro Rosa, o IARGS, em parceria com a Comissão da Mulher Advogada da OAB/RS, realizou, no dia 27/10, o workshop intitulado de “O Direito e o Outubro Rosa”, na sede do instituto. O evento foi representado pela presidente do IARGS, Sulamita Santos Cabral, e pela presidente da Comissão da Mulher Advogada, Beatriz Peruffo.
Para falar sobre o tema “Lutando contra o câncer: minha história de superação”, a escolhida foi a advogada especialista em Direito de Família e Sucessões, Delma Silveira Ibias. No final de 2013, a advogada foi diagnosticada com câncer de intestino, um tumor maligno que já ocupava um terço do intestino grosso. Passado o susto e desorientação, disse que refletiu que a morte era o que de pior poderia lhe acontecer e que a cura seria mais uma chance de continuar a viver, fazendo esta segunda opção.
Passou, então, por uma série de exames até chegar à primeira cirurgia (foram quatro em 45 dias), perdendo 11 quilos até se deparar com uma recidiva no ovário, tendo que se submeter à nova cirurgia. Foram dezenas de sessões de quimioterapia e de radioterapia com as consequências de muito enjoo e perda de cabelo.
Hoje, superada a doença, embora ainda tenha que fazer exames rotineiros, Delma disse que reconhece que foi o apoio da família e amigos, com bastante solidariedade, que lhe ajudou a superar a fase crítica da doença. De tudo o que passou, declarou que tirou duas grandes lições: a alegria de ter muito mais amigos verdadeiros e queridos do que suas expectativas computavam; e a necessidade de se fazer exames revisionais periódicos. “Qualquer doença quando diagnosticada a tempo, pode salvar vidas, assim como, sem sombra de dúvida, salvou a minha”, afirmou.
Em seguida, a psicóloga da Clínica do Hospital Santa Rita, Silvia Abduch Haas, falou sobre o tema “Repercussões Emocionais do Tratamento do Câncer”, referindo o impacto do diagnóstico inicial, a dificuldade da aceitação do tratamento (que incluem alteração da atividade rotineira) e as doenças emocionais e físicas ocasionadas, a exemplo da depressão, do sentimento de desvalia, da perda de peso, da insônia etc. Recomenda que neste momento os familiares devem ficar atentos às mudanças de comportamento da pessoa afetada pela doença a fim de que não haja isolamento social.
“Quando nosso corpo está em silêncio, normalmente nos esquecemos dele. Este que parece ser tão nosso, algo garantido que nos foi dado, normalmente se submete aos nossos desejos e obedece às nossa ordens”, acentuou Sílvia, observando que a doença só serve para que observemos de que temos um corpo.
Embora sejam multifatoriais, os principais fatores de risco destacados pela psicóloga foram os seguintes: fumo, má alimentação, obesidade, álcool, sedentarismo, familiares (ambientais e genéticos), exposição excessiva ao sol (raio ultravioleta) e a falta de uso de preservativo.
Aconselhou que os parentes respeitem o tempo da paciente para a adaptação da nova condição física, procurando sempre acompanhá-la nas consultas e oferecendo suporte em todos os momentos, inclusive permitindo “deixar chorar” até superar a fase crítica da doença.
A Dra Sulamita Santos Cabral agradeceu pela presença de todos e pela alegria de estar fechando o mês de outubro com o evento que é mundialmente conhecido pela luta contra o câncer de mama que estimula a participação da população, empresas e entidades.
Beatriz Peruffo agradeceu pela parceria com o IARGS que possibilitou o debate com união de dois focos em um mesmo evento: jurídico e psicológico.
Terezinha Tarcitano
Assessora de Imprensa
Drª Sulamita Santos Cabral e Beatriz Peruffo
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