Na palestra do Grupo de Estudos de Direito de Família de hoje, dia 04/09, a psicóloga Márcia Resende Araújo Santos palestrou sobre o tema “Mediação: transformando relações”, sendo recepcionada pela diretora secretária do instituto, Dra Ana Lúcia Piccoli. A palestrante relatou sua experiência no curso de especialização que fez, no mês de julho passado, sobre “Mediação Familiar”, em Lisboa, Portugal.
Ela fez uma explanação sobre a definição de mediação, acentuando suas diferentes causas referentes a conflitos de relações, de interesses e de valores. Neste viés, destacou o papel do mediador no sentido de ajudar as partes a produzirem mudanças positivas na sua interação (por meio do empoderamento e do reconhecimento) apoiando, e nunca impondo as deliberações e decisões de cada parte, e envidando esforços para uma compreensão mútua.
A Mediação Familiar foi destacada pela psicóloga como forma de facilitar o relacionamento dos filhos com ambos os progenitores. “Os pais que recorrem à Mediação Familiar revelam níveis mais altos de satisfação e cooperação, o que, por conseguinte, leva a uma maior probabilidade de cumprimento do acordo estabelecido”, esclareceu. No entanto, lamentou que este procedimento seja ainda muito pouco conhecido e utilizado no Brasil e com resistência por parte de alguns advogados.
Dra Márcia informou que o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) decidiu que deve ser fixada a residência alternada do menor cujos pais se encontrem em processo de divórcio. Segundo a psicóloga, este país propicia relações familiares mais saudáveis entre as crianças e seus genitores (coparentalidade), objetivando a construção de um futuro baseado na paz. Todavia, acentuou o pressuposto básico da boa comunicação e da troca de informações entre os pais. “O Ministério Público de Portugal não aceita mais guarda compartilhada, somente guarda alternada”, informou.
“Portugal é muito mais focado na construção da paz, com uma especial preocupação e atenção no emocional dos menores que têm pais separados”, informou a Dra Márcia, ressaltando que em todo o país é disponibilizado um guia para pais divorciados e para as escolas.
Referente à mediação escolar, explicou que é ensinado às crianças como tratar de conflitos internos, a exemplo de rivalidade, bulling e rejeições. “Os governantes de Portugal entendem claramente que as crianças de hoje serão os adultos de amanhã e, consequentemente, pessoas melhores na sociedade”.
Para finalizar, citou as vantagens da mediação em qualquer processo de separação: redução do desgaste emocional; redução do custo financeiro; cerelidade, além da capacidade de distinguir a diferença entre parentalidade e conjugabilidade, possibilitando uma coparentalidade positiva.
Terezinha Tarcitano
Assessora de Imprensa
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